Histórico das Comunidades

Distrito de Regência

As matas do rio Doce abrigavam os índios Botocudos, os mais temidos do leste brasileiro. Apesar da fama de guerreiros e canibais temidos, em diversas regiões os botocudos conviveram pacificamente com os colonizadores. Isso não impediu que fossem exterminados em grande número, com incentivos do estado, na forma de terras e dinheiro. Em 1760 foram instalados os quartéis de Regência e Monsarás   (Povoação).
A figura histórica mais conhecida é Bernardo José dos Santos, o caboclo Bernardo, nativo que no final do século XIX, salvou 128 vidas do navio Imperial Marinheiro, que naufragou na foz do rio Doce. Por este ato Heróico foi condecorado pela Princesa Izabel com títulos e prêmios.
A partir do final da década de 70, com a chegada da Petrobrás e suas máquinas, foram abrindo as estradas para trabalhos sísmicos, iniciando assim, o ciclo do Petróleo.
 Até a vila de Regência Augusta foram 46Km, iniciando na Comunidade de Perobas, passando por entre a Mata Atlântica virgem endêmica e a foz do Rio Doce, onde a Petrobrás apostava na existência de petróleo e gás natural. O Rio Doce por ser um rio muito antigo como o Rio Nilo, Tigre e Eufrates possuía grandes lagoas e muitas possibilidades de poços no subsolo, e com os relatos de frutas com gosto de querosene nesta região do norte do Espírito Santo. A Petrobrás em atendimento a uma solicitação do IBDF (antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, hoje IBAMA) comunicou que a ocupação e o desmatamento da área da reserva tiveram como objetivo sondagem para verificação da existência de petróleo. Todavia, até hoje, 41 anos depois continua a atuar com o complexo Petrolífero de Lagoa Parda, o Emissário Marítimo e a UPGN (LP2).
 Junto com a estrada vieram os grileiros de terras, as serrarias com as madeireiras, os carvoeiros e os fazendeiros derrubando tudo para fazer pastos ou para plantar cacau, porque até aquele momento chegar a Regência somente por uma trilha na mata fechada ou de barco, pelo mar ou pelo rio Doce, que nem sempre era seguro.
Com a descoberta de petróleo e gás natural no final da década de 70, veio a exploração de petróleo, onde foi encontrado um dos primeiros e maiores poços do Estado. Em maio de 1981 foi inaugurado o terminal emissário marítimo / Unidade de armazenamento de óleo da Petrobrás. O terminal Petrolífero de Regência -“TORGUA”. Este óleo é embarcado em navios petroleiros a 3,2km de distância através de dutos submarinos. Logo depois veio a produção de Gás Natural de Lagoa Parda “LP2” localizada na Vila do Areal.
De inicio a Petrobrás ofereceu postos de trabalhos a comunidade com serviços de limpeza e serviços gerais (Ver Ref. Bibliográficas pág. 27).

Comunidade do Areal

A Vila do Areal está localizada à 8 km de distância em estrada de terra da Vila de Regência. A região é cercada de lagoas, fazendas de cacau e criação de gado, cavalos de aço de extração de petróleo e tubulações de petróleo e gás natural pertencentes à Petrobrás, e pequenas áreas ainda com natureza preservada.
A Associação de Moradores da Comunidade do Areal foi fundada no ano de 2006 com o apoio e a orientação da equipe do Programa Saúde da Família, encontrando-se ativada e legalizada.
Uma Fazenda foi doada para que os moradores construíssem suas casas, formando assim a Vila do Areal, que hoje conta com 27 famílias.


Comunidade de Perobas

          A Comunidade de Perobas é formada por Fazendas de criação de gado, cacau, cultivo de mamão, banana, e atualmente o plantio de eucaliptos, entre outras atividades rurais.
          Muitas Fazendas da Região existem desde a época da Colonização do Brasil. Um dos caminhos, pelo qual o Brasil foi explorado, foi pelo Rio Doce, como citamos anteriormente, em Perobas temos Fazendas muito antigas principalmente na região chamada Beira Rio, a maioria das Fazendas de cultivo de cacau, com matas que abrigam árvores centenárias, muitas Fazendas, com suas arquiteturas antigas, ainda contam histórias da época da escravidão, nos faz pensar que, quando houve a abolição da escravatura, os negros seguiram as margens do Rio Doce, chegando até a Vila de Regência Augusta, se misturando com os índios, formando uma Comunidade em sua maioria de Caboclos, com características marcantes observadas até os dias atuais.  
             Perobas foi se estruturando com o tempo, além dos proprietários das Fazendas, muitos trabalhadores rurais passaram a fixar residência na região, mantendo suas famílias no local e aumentando o número de moradores, com o crescimento a necessidade de aumentar a oferta de trabalhado é conseqüência irreversível. Sem contar com os trabalhadores sazonais, que fazem parte de um grande número da população, em determinadas épocas do ano, variando de acordo com o período da colheita de cacau, que ocorre nos meses de outubro e novembro. 
              Os proprietários das Fazendas, moradores da região se uniram fundado a Associação de Moradores e de produtores rurais de Perobas, registrada no ano 2000, e atualmente ativa e legalizada. Através da Associação a Comunidade de Perobas adquiriu muitos benefícios, como: tratores, melhoria das estradas para ajudar no escoamento da produção e no acesso dos moradores, transporte coletivo com horário próprio para a região, escola, transporte escolar, Unidade de Saúde (construída pela Associação de Moradores), e com o passar dos anos vem se estruturando cada vez mais para atender a população que vive na região.

Por: Aline Ribeiro Goulart da Rocha/ Enfermeira da equipe reponsável pela implantação do PSF na área de Regência/ Areal e Perobas